As autoridades da República Checa escreveram uma carta à Comissão Europeia a pedir apoio ao setor da suinicultura europeu, que teve a subscrição do Governo português. Texto que passamos a transcrever em baixo:
“Panorama do mercado da carne de suíno na EU
Desde há algum tempo que a indústria suína da UE tem sido afetada pela propagação da Peste Suína Africana além das repercussões da pandemia COVID-19. Ambos os fatores reduziram significativamente tanto a procura dos consumidores como as oportunidades de exportação dos operadores europeus.
Há ainda a pressão económica adicional causada pelo aumento dos preços da energia e dos fatores de produção pecuária, como os componentes para a alimentação.
Segundo o EUROSTAT, na 47ª semana deste ano, o preço médio na UE para as carcaças de suínos em armazenamento no frio (classes de carcaças S-E) foi de 131,1 euros/100 kg. Este preço é 5,4% inferior ao valor equivalente do ano anterior. O preço do leitão para a mesma semana foi de 29,9 euros/leitão. Em comparação com o ano anterior, registou-se uma diminuição significativa (- 16,2%).
De uma forma geral, a situação no setor suinícola da UE tem vindo a agravar-se há muitos meses e as perspetivas não são positivas. Comparativamente ao ano de 2017, os preços atuais da carne de suíno na UE são inferiores em cerca de 30% e mantêm-se num nível criticamente abaixo dos custos de produção, o que ameaça a própria existência do setor suíno da UE.
Conclusões
O setor da suinicultura da UE vive uma crise profunda e esta tem de reagir já. Em 2016 a situação foi igualmente difícil mas a UE ultrapassou-a através da aplicação de medidas específicas e de apoio financeiro.
Hoje, não devemos desiludir o setor, temos de o salvar. A Comissão Europeia é a única instituição da UE que pode implementar medidas eficazes a nível do espaço europeu. Por conseguinte, para contrariar a perturbação do mercado e ajudar o setor suinícola da UE a sobreviver, República Checa, Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Estónia, França, Grécia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Portugal e República Eslovaca apelam à Comissão Europeia que tome medidas imediatas urgentes e concretas, sobretudo através da introdução de regimes excecionais de apoio da UE em conformidade com o regulamento da OMC.”