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EDITORIAL DAVID NEVES – REVISTA 134 (DEZEMBRO 2021)

Caros Suinicultores,

O final do ano é tradicionalmente um período de balanços e, no caso concreto do ano 2021, este tempo merece-nos também uma profunda reflexão sobre o momento crítico que vivemos e que deixará este ano na gaveta dos anos de má memória para o setor.

Apesar da pandemia, 2021 teve um início auspicioso com recordes de exportação registados na Península Ibérica, parecendo que a suinicultura seria uma atividade em contraciclo com a generalidade da economia mundial, mas com o virar do segundo semestre o panorama transfigurou-se radicalmente.
Ao longo deste período, a FPAS esteve atenta e interventiva em contactos e propostas que viessem mitigar os efeitos da crise que se sente e que é transversal a toda Europa.

Mas como o passado nos ensinou, é em momentos de dificuldade que é preciso gizar o plano para a recuperação e, nesse particular, foi durante o período pandémico e nomeadamente durante este ano, que a FPAS veio a concretizar alguns projetos já antigos.

Destaco, naturalmente, a certificação em bem-estar animal, um projeto apresentado à fileira no passado mês de novembro e que tem vindo a granjear um entusiástico acolhimento junto dos operadores da distribuição. Cabe aqui também realçar que paralelamente ao desenvolvimento do referencial técnico que dá suporte à certificação, a FPAS interveio junto das instâncias europeias e nacionais no sentido de contemplar na nova PAC um ecorregime de incentivo aos programas voluntários de certificação em bem-estar animal de suínos.

É para o setor uma grande vitória ser, de forma inédita, considerado para ajudas diretas da PAC, colocando a suinicultura portuguesa numa situação de vantagem concorrencial com os nossos parceiros europeus.

Também durante o ano 2021 assinámos o Roteiro Ambiental, um projeto que visa vir dar respostas a um conjunto de constrangimentos com que as empresas se deparam quer ao nível da gestão dos efluentes, da mitigação das emissões atmosféricas, das soluções tecnológicas na área da bioenergia, da gestão da água e da alimentação animal. É um projeto fundamental para o desenvolvimento sustentável da nossa atividade colocando-a em linha com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e com a estratégia “Do Prado ao Prato” e que conhecerá, certamente, grandes desenvolvimentos no ano que agora inicia.

Por último, há que referir outro grande projeto em curso da FPAS, o centro tecnológico da suinicultura que pretende vir colmatar grandes lacunas que o setor identifica atualmente: falta de mão de obra, tecnologia, digitalização, inovação e promoção da atividade.

Em jeito de antevisão, o ano 2022 promete ser um ano repleto de desafios onde, mais uma vez, a fibra de todos nós vai ser posta à prova, mas duas coisas temos por certo: a primeira é que o setor está hoje mais capacitado para resistir às adversidades do que em outros momentos e a segunda é que a FPAS continuará a sua ação para o colocar cada vez mais na fila da frente.

Desejos de um próspero ano de 2022.

Saudações suinícolas