Informação

Editorial David Neves revista 133 (outubro 2021)

Caros Suinicultores,

As celebrações do 40º aniversário da FPAS prosseguem e irão atingir o seu pináculo na V Gala de Entrega dos Prémios Porco D’Ouro, um evento que muito nos motiva voltar a poder realizar, depois de um ano de interregno por conta da pandemia. Este ano a realização desta Gala ganha maior relevância, não só por voltar a reunir o setor quase dois anos depois, como por ser um evento que celebrará a história da FPAS e da suinicultura portuguesa.
Como tal, para além de enaltecer a atividade suinícola, o empenho e a dedicação de todos aos que a ela se dedicam, estão a ser preparadas muitas surpresas para o próximo dia 3 de dezembro, em Alpiarça.
Sabemos que o atual momento não é de celebração, mas também sabemos por experiência acumulada de anteriores crises que é em alturas como esta que o setor se deve manter unido e reflexivo relativamente à estratégia a seguir no futuro.
Foi com os olhos postos no futuro que a FPAS há cerca de um ano e meio vem trabalhando no desenvolvimento de um projeto que agora vê a luz do dia. A certificação em bem-estar animal é o primeiro projeto emblemático da FILPORC e vem assumir um compromisso da produção e da indústria na reformulação de todo o paradigma produtivo no sentido de garantir maior transparência e granjear maior confiança junto dos consumidores relativamente à carne de porco produzida em Portugal.
O bem-estar animal é o tema central desta edição 133 da Revista “Suinicultura”, pretendendo iniciar uma discussão que inevitavelmente a fileira terá de manter no seu seio sobre o grau de compromisso e de integração que deve promover, assumindo a suinicultura como uma atividade capaz de aliar a eficiência produtiva à exigência de processos.
Esta será a agenda da próxima década, uma agenda muito desafiante onde, para além das questões de bem-estar animal, teremos de ser incisivos e assertivos na área ambiental.
Numa fase em que Portugal se prepara para apresentar o seu Plano Estratégico da PAC 2023-2027 à Comissão Europeia, importa que o Ministério da Agricultura atente e reconheça o esforço e o investimento que este setor tem feito na sua constante evolução.
Importa também realçar que a valorização do setor não se reflete apenas na política de incentivos. De resto, não é nesse quesito que o setor mais tem sido fustigado pelas políticas setoriais. Continuamos à espera da publicação da revisão da Portaria 631/2009, a qual estranhamos que, depois da concertação técnica obtida há mais de três anos, ainda não tenha sido dada a conhecer ao setor o resultado da mesma. Continuamos à espera que a APA reconheça a autoridade da DGAV em matéria de aferição da capacidade instalada numa exploração suinícola.
Continuamos à espera que os princípios enunciados na ENEAPAI não sejam inconciliáveis com os normativos produzidos pela mesma tutela que se propõe a implementar essa estratégia.
Sem espera nem demora a suinicultura portuguesa continuará a executar os seus projetos, rumo à concretização dos seus objetivos. Lamentamos encontrar nesse caminho parceiros institucionais agrilhoados aos seus próprios dogmas e apostados em obstaculizar uma fileira que prova diariamente ser competitiva a nível global, que equilibra a eficiência com a ética e que, mais uma vez, voltará a
ser um exemplo de resiliência face às adversidades.

Saudações suinícolas